22 janeiro 2024
15 novembro 2023
O restaurante acabou
Hoje, quinze de novembro de 2023 o restaurante foi desativado. Em breve farei mais informações.
19 outubro 2021
14 agosto 2021
Últimas poesias
3101 – devaneios
você
e seu olhar intrigante
mas
solitário
e eu
doce como uma mulher
você
trabalhando
dia de branco
dia de preto
dia de colorido
e eu
em casa
te esperando
você
escondendo-se
sempre que se escancarava
sem roupas
com pudor
limitada
- sempre, sempre
por traumas complexos
e eu
escondido
em suas asas
como um animal
recém nascido
devaneios?
3102 – procuro um poema
procuro um poema
vindo de lá
de dentro
das profundezas do que sou
mas nada encontro
não sou mais o que fui
(se é que fui)
casca grossa e ignorante
que anda,
corre e voa
pra lá
pra cá
sem sentido nem sentidos
e muito menos
sentindo
procuro um poema
mas estou muito feliz para encontrá-lo
álcool?
não resolveu amor?
não resolveu sexo?
muito menos mudanças?
nada
antes era tão mais fácil
porque eu já tinha tudo o que me faltava
só não entendia
que minhas faltas eram minhas sobras
me faltava dinheiro
quando eu tinha o suficiente
me faltava amor
quando eu tinha todas as mulheres
me faltava ego
quando eu tinha tantos espelhos
me faltava a ladeira
quando eu tinha tantos precipícios
me faltava deus
quando eu tinha carteirinha de crente
eu não sabia procurar
ou encontrar
não sei
acho que as minhas dúvidas
me fizeram ver
que todas as cartas eram marcadas
mas não eram eu
que era o que sou:
um poeta
em busca do poema
que venha
lá de dentro
das profundezas de quem fui...
3103 - nunca
você nunca me quis
nem vem
nem tem o que falar
você nunca me quis
você quis que eu te fizesse feliz
e fiz
por um tempo
até quando tudo pirou
e piorou
e você se picou
você nunca me quis
porque
quem quer
cuida
3104 – o rio
no rio
hoje
desceu um boi
inchado de água
com seres negros ao redor
sobrevoando
bicos afiados
cutucando
alimentando-se
afastei-os
deixando o boi livre
à sua sina nauseante
os peixes
depois dos urubus
irão se banquetear
os próximos seremos nós...
3105 – fantasmas
só os via
assim
aos pés da cama
agora
vejo-os
dentro de mim
nos rins
no fígado
no pulmão
no coração
nos rins
a cerveja é remédio
no fígado
uso torresmos para alegrá-los
no pulmão
a pandemia
(ah, maldita pandemia)
ladra como um cão
mas
no coração
não
no coração
ela não me abandona
mesmo que eu tenho querido esquecê-la
só se ama uma vez…
3106 – falta você
por fora
tudo corre
desesperadamente
em mim
não é bem assim:
está tudo estagnado
acho que me falta você…
3107 – prisão perpétua (06/08/2021)
caí
em um poço
tropeçando em palavras
lá
no fundo
olho pra cima
e espero-a
a me salvar
olhos quase verdes
mas
eu sei que ela não vem
nunca mais
nunca mais
você se esqueceu de mim
culpada?
não
a
culpa é minha
recebi prisão perpétua
mas prefiro cadeira elétrica
03 agosto 2021
Saudade
A saudade dói pra caramba...
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Mantendo-me aqui
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A saudade dói pra caramba...