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14 abril 2020

Com a palavra Rita Lee:

Eu, que pago para não sair de casa, que só saio da toca em caso de emergência, tenho algumas dicas para você se distrair enquanto estiver em isolamento forçado. Há 8 anos vivo enfurnada e há sempre coisas interessantes para fazer.

Nada melhor do que ter a companhia de bichos, que oferecem serenidade e alegria: cuidar e brincar com animais faz o tempo passar de maneira mais divertida. Arranjar uma mudinha de planta e acompanhar o crescimento dela é emocionante. Aproveite e plante em vasinhos: cebolinha, salsinha, tomates-cereja… até alface. Descole uma orquídea, ainda com brotinhos, para acompanhar o desabrochar, lindamente, dia a dia.

Espalho telas e tintas sobre uma mesa e me arrisco a pintar alguma coisa, mexer com cores dá uma alegria na cabeça enquanto escuto músicas que me fazem feliz. Tenho feito tricô, fabrico mantas para os bichos usarem quando o inverno chegar. Escrevi uma letra vudu sobre o coronavírus e fiz uma música punk para combinar com a noia que acontece: chama-se ‘Vírus do horror’.

Faço minhas unhas e pinto de várias cores. Pratico feldenkrais por skype para meu corpo não enferrujar. Assisto séries diversas e filmes antigos na TV. Outro dia matei a saudade de um clássico dos anos 1950, ‘O dia em que a Terra parou’, bem no clima de hoje. E, é claro, sempre rola um filme de James Dean no salão.

Escolhi passar apenas 3 horas por dia acompanhando as notícias do coronavírus, mais do que isso fico deprê. Depois, acendo velas e incensos na frente do meu altarzinho com todo tipo de divindades. Peço, em especial, para Nossa Senhora Aparecida proteger o Brasil com seu manto milagroso.

Ando fuçando minha biblioteca, escolhendo livros que já li e esqueci. Arrumo gavetas, jogo fora um monte de traquitanas inúteis que acumulei ao longo dos anos. Fico namorando e limpando minha coleção de cristais phantom e meus pesos de papel. Lavo as mãos duzentas vezes por dia cantando ‘Parabéns a você’ e estou viciada em passar álcool gel, hábitos modernos.
Tenho a sorte de morar numa casinha no meio do mato com meu namorado e passeamos pelo jardim conversando com as plantas. Acabei de escrever um livro e não consigo defini-lo: se é um diário, citações esquisitas, autoajuda a mim mesma ou nonsenses da minha cabeça.

Pego o violão e noto que esqueci como tocar a maioria das minhas músicas. O que me deixa mais triste é não poder receber visitas dos meus filhos e netos, mas nada que um facetime não resolva provisoriamente.

Minha impressão é a de que nesse confinamento forçado que a humanidade está sendo obrigada a passar há um propósito Divino. Um teste para que aqueles que sobreviverem a essa guerra invisível se conscientizem de que o planeta Terra está realmente sendo destruído pelos donos do poder de cada país. E que se não modificarem radicalmente seus comportamentos em todas as áreas, aí, sim, será a Terceira Guerra derradeira. Saúde física, mental, psicológica e espiritual para todos!

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Saudade

A saudade dói pra caramba...